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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Filo annelida

O filo Annelida (do latim annellus, anel) reúne cerca de 15.000 espécies de animais de corpo delgado e cilíndrico, formado por anéis dispostos em seqüência. Os anelídeos mais conhecidos são as minhocas (oligoquetos) e as sanguessugas (hirudíneos). Os anelídeos são animais vermiformes, caracterizados por apresentarem uma nítida segmentação ou metamerização externa e interna, incluindo músculos, nervos, órgãos circulatórios, excretores e reprodutores.
A metamerização é tipicamente homônima, apenas os dois primeiros e últimos segmentos aparecem com estruturas diferenciadas, os restantes são todos iguais. Ocorrem na água doce, salgada e solo úmido; podendo ser de vida livre, habitando galerias ou tubos. Também podem ser ectoparasitas de vertebrados. Como estrutura de locomoção apresentam cerdas (eixos quitinosos denominados parapódios). A epiderme é constituída por epitélio simples, cilíndrico contendo células glandulares e sensoriais. Recobrindo-a encontramos uma cutícula permeável e não quitinosa. Logo abaixo da epiderme aparecem duas camadas de células musculares: uma externa circular e outra interna longitudinal. Os anelídeos são os primeiros animais a apresentarem celoma.
O sistema digestivo é completo e apresenta forma tubular. Os poliquetos são carnívoros e possuem mandíbulas para a captura de alimentos, que muitas vezes são outros poliquetos. As minhocas nutrem-se de vegetais em decomposição no solo. Apresentam tiflossolis (prega intestinal) que tem como função, aumentar a área de absorção do intestino. As sanguessugas possuem ventosas por onde sugam o sangue de vertebrados, sendo ainda necrófagas e predadoras de minhocas.
O sistema circulatório consiste de uma série de tubos ou vasos sangüíneos (sistema circulatório fechado). O sangue é bombeado através de vasos sangüíneos para outros órgãos do corpo por cinco pares de arcos aórticos ou corações. O sangue é constituído por placas que contém amebócitos livres e hemoglobina dissolvida.
A respiração pode ser por meio de brânquias em alguns habitantes de tubos, ou pela epiderme onde o oxigênio penetra e é transportado pelo sangue para outras partes do corpo. De maneira semelhante o dióxido de carbono e é eliminado através da cutícula. O sistema excretor é constituído por unidades denominadas nefrídeos, que removem excretas do celoma e corrente sangüínea diretamente para o exterior. Cada segmento ou metâmero possui um par de nefrídeos.
O sistema nervoso é do tipo ganglionar e em cada metâmero aparece um par de gânglios ligados entre si por uma comissura, e, com os metâmeros adjacentes, através de conectivos. Os dois gânglios do primeiro metâmero são mais desenvolvidos e constituem o cérebro; os demais gânglios aparecem dispostos centralmente, formando a cadeia nervosa central. Como elementos sensoriais aparecem células e órgãos sensitivos para o tato paladar e percepção de luz.
Apresentam seres dióicos com os sexos separados e desenvolvimento indireto na classse polychaeta, ou seres hermafroditas nas classes oligochaeta e hirudina.

Classificação dos Anelídeos
Classe OLIGOCHAETA
Classe POLYCHAETA
Classe HIRUDINEA
A principal característica para esta classificação é a presença e quantidade de cerdas, projeções corporais curtas e rígidas, constituídas por quitina.

Características gerais dos Anelídeos
Celoma verdadeiro
Simetria bilateral
Aparecimento do metamerismo (segmentação)
Especialização da região cefálica
Sistema nervoso com gânglio cerebróide
Sistema digestivo completo
Trocas gasosas pela pele, brânquias ou parapódios
Sistema circulatório fechado
Monóicos ou dióicos
Alta capacidade de regeneração
Cosmopolitas (cerca de dois terços marinhos)

Organização geral
Normalmente um prostômio, corpo segmentado e pigídio
Parede do corpo com músculos longitudinais e circulares
Presença de um peritônio formando mesentérios (dorsal e ventral)
Peritônios de segmentos adjacentes formam os septos
Celoma preenchido por líquido (exceto sanguessugas) e funciona como esqueleto hidrostático

Metameria
Corpo formato por metâmeros ( também chamado segmento ou somito), do grego, meta, que expressa a idéia de participação e sucessão, e meros, parte.
Metâmeros são compartimentos contíguos, revestidos internamente por mesoderme, e separados uns dos outros por paredes (septos) mesodérmicas.
Ou seja o corpo é dividido em segmentos, arranjados em série linear, com repetição de alguns sistemas em cada metâmero
Cada metâmero tem sua própria musculatura, capaz de se contrair independentemente, além de possuir seu próprio par de gânglios nervosos e um par de estruturas excretoras.
A metameria também confere grande flexibilidade corporal e variedade de movimentos, uma vez que a musculatura de cada segmento pode atuar independentemente

Celoma
A cavidade interna de cada metâmero é totalmente revestida por um tecido de origem mesodérmica. Ou seja, cada metâmero apresenta seu próprio CELOMA.
O aparecimento do celoma permite que os órgãos internos se desenvolvam e se acomodem na cavidade celômica, com melhor aproveitamento do espaço interno do corpo.
Atua como esqueleto hidrostático. Quando a musculatura da parede do corpo se contrai, exerce pressão sobre o fluido celômico que, por ser incompressível, serve de apoio para ação muscular.

Classe Polychaeta
São vermes marinhos distintamente segmentados, apresentando na porção anterior do corpo uma cabeça nítida com apêndice sensitivo (tentáculos), e ao longo dos metâmeros numerosas cerdas implantadas em um par de parapódios laterais.
Os sexos são separados, com fecundação externa fundindo-se óvulos e espermatozóides na água do mar. A evolução é indireta com um estágio larval trocóforo de natação livre.
Características gerais:
Os poliquetos tem uma cabeça diferenciada, onde há vários apêndices (palpos, tentáculos e cerdas) sensoriais.
Diferem dos oligoquetos, que não tem cabeça diferenciada.
O nome da classe, Polychaeta (do grego polys, muito) refere-se à presença de numerosas cerdas corporais.
Cerdas estão implantadas em expansões laterais de cada segmento do corpo, os parápodos ou parapódios (do grego, para, semelhante, e podos, pés, patas). Como o próprio nome indica, os parápodos auxiliam a locomoção do animal, atuando como patas.
A maioria dos poliquetos vive no mar.
Algumas espécies são predadoras e rastejam ativamente pelos fundos marinhos à procura de animais que lhes sirvam de alimento.
Outras vivem enterradas, principalmente nas praias, no interior de tubos feitos de grãos de areia ou calcário.
A alimentação dos poliquetos tubícolas consiste de organismos microscópicos (larvas, microcrustáceos), filtrados da água do mar.

Classe Hirudínea
São vermes de água doce, mais conhecidos como sanguessugas. Vivem principalmente em brejos, sendo ectoparasitas hematófagos ocasionalmente do homem e dos animais domésticos. Na medicina foram antigamente usados para pequenas sangrias pois contém um anticoagulante nas glândulas salivares, produzindo assim hemorragias de difícil hemóstase.
O animal apresenta o corpo alongado ou oval é geralmente achatado dorsoventralmente. Nas duas extremidades do corpo notam-se as ventosas, a posterior é maior e arredondada. Locomovem-se por movimentos sinuosos do corpo como uma lagarta mede-palmos, isto é, ela fixa-se pela ventosa posterior, distende o corpo no máximo, fixando a ventosa anterior, deslocando a posterior, aproximando-a e fixando-a logo atrás da anterior, repetindo-se seguidamente o processo.
Características gerais:
Os hirudíneos não tem cerdas nem parápodos, e seu corpo é ligeiramente achatado dorsoventralmente.
São conhecidos popularmente como sanguessugas, pois a maioria se alimenta de sangue de animais vertebrados.
Muitas espécies de hirudíneos vivem em água doce, mas há algumas espécies que vivem em ambientes terrestre de alta umidade, como brejos e pântanos.
As sanguessugas possuem duas ventosas para fixação, uma ao redor da boca e outra na extremidade oposta.
Ao encontrar um hospedeiro, o animal se fixa com o auxílio das ventosas e perfura a pele sem provocar dor.
Pela ação da musculatura da faringe, ela chupa sangue, que não coagula em virtude de uma substância anticoagulante produzida pelas glândulas salivares.
Um dos representantes mais conhecidos da classe Hirudinea é Hirudo medicinalis, uma sanguessuga que parasita animais vertebrados tais como peixes, anfíbios, répteis e mamíferos.
Este verme mede cerca de 10 cm de comprimento, mas pode dobrar de tamanho quando ingere muito sangue

Classe Oligochaeta
A maioria dos oligoquetas vive em solos úmidos ou em ambientes de água doce.
Representantes terrestres mais conhecidos são as minhocas
O nome OLIGOCHAETA (do grego oligos, pouco, e chaite, pelo, cerda), refere-se ao fato do animal possuir poucas cerdas corporais.
Oligoquetos aquáticos vivem nas margens de rios e lagos. Vermes do gênero Tubifex, pequenas minhocas avermelhadas, vivem em tubos construídos junto ao lodo do fundo, em lagos e rios de águas poluídas, e alimentam-se de detritos. Sua presença indica poluição da água por detritos orgânicos.

Organização corporal
Na minhoca adulta, o corpo é formado por 85 a 95 segmentos (metâmeros), todos aproximadamente do mesmo tamanho.
Segmentos 14, 15 e 16 são mais dilatados e mais claros que o restante do corpo – formando o clitelo.
Clitelo é importante para a formação do casulo para a fecundação dos ovos.

Musculatura
A parede de cada metâmero apresenta uma camada de musculatura externa, com fibras contráteis dispostas circularmente ao corpo, e uma camada de musculatura interna, com fibras dispostas em sentido longitudinal.

Cerdas e movimentação
No segmento distendido as cerdas corporais se retraem, enquanto no segmento contraído elas se eriçam.
As cerdas eriçadas se apóiam no solo, seja no interior dos túneis, seja na superfície.
Graças às ondas coordenadas de contração e distensão, as minhocas podem rastejar e penetrar em seus túneis com grande rapidez.

Sistema digestório
Boca – faringe curta – moela – intestino – anus
Moela como moedor – digestão mecânica
Digestão extracelular, os nutrientes são absorvidos pelas células da parede intestinal.
Alimentação: detritos vegetais em decomposição, larvas, microorganismos e pequenos animais, vivos ou mortos.
O alimento, juntamente com terra, é ingerido pela forte sucção da faringe.

Sistema circulatório
Sistema circulatório fechado – o sangue nunca sai dos vasos sanguíneos.
Grandes vasos sanguíneos longitudinais, que percorrem todo o comprimento do corpo.
Grande vaso dorsal, que conduz o sangue em direção à região anterior do corpo, e dois vasos ventrais, que conduzem o sangue em sentido inverso.
O sangue é impulsionado por contrações rítmicas da parede dos grandes vasos, que é dotada de células musculares.
Ao passar pela superfície do corpo, o sangue dos vasos capilares absorve gás oxigênio e libera gás carbônico.
Ao passar pelos diversos órgãos e tecidos internos, libera o oxigênio para as células e recolhe gás carbônico e excreções.
Ao passar pelos vasos que recobrem o intestino, o sangue recolhe nutrientes absorvidos pelas células intestinais, distribuindo-os, em seguida, para todas as partes do corpo.

Respiração
Não possuem aparelho respiratório
Absorção de oxigênio e a eliminação de gás carbônico são efetuadas diretamente pela superfície corporal.
Umidade da pele permite difusão dos gases respiratórios.
Sangue de cor vermelha.
Presença de hemoglobina, uma proteína que apresenta ferro em sua estrutura.
Hemoglobina tem capacidade de se combinar com o gás oxigênio facilitando seu transporte pelo sangue.

Excreção
A excreção é efetuada pelos nefrídios
Cada nefrídio é um túbulo fino e enovelado, com funil ciliado em uma extremidade, o nefróstoma, o qual se abre na cavidade celomática.
A outra extremidade, o nefridióporo (poro excretor) se abre na superfície do corpo do animal.
O nefróstoma remove as excreções que as células lançam no fluido celomico, enquanto o túbulo enovelado retira as excreções diretamente do sangue que circula nos capilares ao seu redor.

Sistema nervoso
Um par de gânglios cerebrais localizados dorsalmente sobre a faringe (gânglios sufrafaríngeos) e dois pares de cordões nervosos ventrais, com um par de gânglios por metâmeros.
Dos gânglios partes nervos, que vão aos músculos e às células sensoriais.

Reprodução
A maioria dos poliquetas marinhos é dióica, com fecundação externa e desenvolvimento indireto. Do ovo desenvolve-se uma forma larval denominada trocófora, que mais tarde se transformara no adulto.
Os oligoquetos e hirudíneos são monóicos e tem desenvolvimento direto, sem estágio larval.
A minhoca Pheretima hawayana possui na face ventral dos segmentos 6, 7 e 8, três pares de orifícios.

Aparelho reprodutor feminino
Cada orifício é a abertura de uma bolsa musculosa denominada receptáculo seminal.
Os receptáculos seminais armazenam os espermatozóides recebidos de uma parceira durante o ato sexual.
Na região do clitelo existe um orifício, o poro genital feminino, que se conecta, internamente, a um tubo através de duas estruturas em forma de funil, os ovidutos.
Os ovidutos captam os óvulos produzidos por um par de ovários e os conduzem até o poro genital feminino.

Aparelho reprodutor masculino
Dois pares de testículos,
Dois pares de vesículas seminais,
Um par de tubos seminíferos,
Um par de glândulas prostáticas
Um par de poros genitais masculinos.
Junto aos poros genitais, na parte externa do corpo, existem duas ou três estruturas semelhantes a ventosas, as papilas genitais, cuja função é manter as minhocas durante o acasalamento.

Fecundação
Os dois vermes colocam-se ventre a ventre em posição inversa, isto é a extremidade anterior de um, oposta a do outro. Cada um dos poros masculinos nos dois animais eleva-se formando uma papila genital temporária muito saliente, que o animal ajusta no orifício da espermateca do conjugante. Assim os espermatozóides de um verme penetram diretamente na espermateca do outro.
Depois da separação, cada minhoca secreta um tubo mucoso em torno do clitelo
Alguns ovos são eliminados nesse tubo, que mais tarde formará um casulo protetor
Quando o tubo passa pelos receptáculos seminais estes esguincham o esperma armazenado sobre os óvulos
Desenvolvimento Direto

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