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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sucessões ecológicas


Conceito de sucessão
Sucessão ecológica é o desenvolvimento de uma comunidade ou biocenose, compreendendo a sua origem, crescimento, até chegar a um a um estado de equilíbrio dinâmico com o meio ambiente. Tal dinamismo é uma característica essencial das biocenoses.
As causas evolutivas das biocenoses
Toda biocenose é influenciada pelo seu biótopo, e reciprocamente todo biótopo é influenciado pela sua comunidade.
Dada a variabilidade dos fatores climáticos, geológicos e bióticos, a evolução será obrigatória, apenas com velocidade dependente do caso particular. Ação: é a influencia exercida pelo meio ambiente sobre a comunidade. Reação: é a influencia exercida pela comunidade sobre o hábitat (destruição, edificação, modificação). Coação: é a influencia que os organismos exercem entre si.
Estágios da sucessão
A sucessão não surge repentinamente, de uma forma abrupta, mas sim num aumento crescente de espécies, até atingir uma situação que não se modifica com o ambiente. Denominada clímax. Uma sucessão pode iniciar-se de diversas maneiras: numa rocha nua, numa lagoa, num terreno formado por sedimentação etc.
O primeiro passo é a migração de espécies de outras áreas para a região onde irá iniciar-se a sucessão. As espécies chegam a essa região através dos elementos de reprodução (esporos, sementes etc.)
As condições desfavoráveis – intensa iluminação, solo muito úmido ou muito seco, temperatura elevada do solo – só permitem o desenvolvimento de algumas espécies.
Essas espécies que se desenvolvem inicialmente no ambiente inóspito são chamadas pioneiras. São espécies de grande amplitude, isto é, não são muito exigentes, não tolerando apenas as grandes densidades.
Esta vegetação é constituída por liquens, musgos, planas de dunas etc.
Esta primeira etapa da sucessão chama-se ecesis. A ecesis é pois, a capacidade de uma espécie pioneira de se adaptar e de se reproduzir numa nova área.
A vegetação pioneira permite a preparação de um novo ambiente que por sua vez, permite o estabelecimento de outras espécies vegetais. Outras espécies migram, algumas desaparecem, ocorrendo, consequentemente, alterações até se atingir o clímax. Na sucessão, as espécies de maior amplitude ecológica são substituídas pelas de menor amplitude. As populações mais simples precedem as mais complexas; aumenta a diversidade de espécies: as formas herbáceas são substituídas pelas arbóreas. Denominam-se seres as comunidades temporárias que surgem no decorrer de uma sucessão.
Assim, a sequencia na sucessão será:
Ecesis ------------Seres----------------Comunidade Climax
Tipos de sucessão
As sucessões podem ser primarias, secundarias e destrutivas.
Sucessões primárias
As sucessões primárias correspondem a instalações dos seres vivos em um ambiente que nunca foi habitado. Como por exemplo, numa rocha nua: os organismos pioneiros são representados pelos liquens. Através de ácidos orgânicos produzidos pelos liquens a superfície da rocha vai sendo decomposta. A morte estes organismos, associada à decomposição da rocha, permite o aparecimento de outros vegetais como os musgos. Estes, por sua vez, permitem através de sua ação o aparecimento de espécies maiores, como as bromélias e gramíneas.
Numa lagoa, as águas paradas são formações transitórias, elas se formam quando o sistema normal de drenagem de terra fica interrompido pela elevação brusca do terreno (tremores de terra) ou por variações que se processam muito lentamente através de longos períodos geológicos. Uma lagoa esta sempre em evolução. A tendência geral é o seu desaparecimento final, pois ela vai sendo constantemente aterrada por sedimentos que as águas trazem das elevações vizinhas.
Na lagoa, o plâncton é o primeiro sistema de produtores que se desenvolve. Quando os seus cadáveres começam a enriquecer o fundo das margens com material orgânico, a vegetação aquática pode ai se estabelecer. As folhas e caules mortos aumentam o húmus do fundo, e de ano para ano a vegetação avança das margens para o centro. Na borda, onde estavam as plantas pioneiras, começam a aparecer arbustos lenhosos e, depois de um certo tempo, as árvores. O terreno eleva-se graças à sedimentação de restos vegetais e, finalmente, onde estavam, de inicio, as plantas aquáticas fixam-se arbustos e árvores, e o que era, de inicio, o charco marginal se transforma em terra firme. Através deste processo de sucessão, todos os lagos e lagoas tendem a desaparecer.
Sucessões secundárias
As sucessões secundárias aparecem em um meio que já foi povoado, mas em que os seres vivos foram eliminados por modificações climáticas (glaciações, incêndios), geológicas (erosões) ou pela intervenção do homem. Uma sucessão secundária leva muitas vezes à formação de um disclímax, diferente do clímax que existia anteriormente.
É o caso da sucessão numa floresta destruída.
Um trecho da floresta é destruído (homem ou fogo) e o local é abandonado por certo tempo. A recolonização é feita por etapas: em primeiro lugar, o terreno é invadido pelo capim e outras ervas; depois, aparecem arbustos e, no final, árvores. O processo, simplificado, é o seguinte; o terreno descoberto recebe sol direto e fica superaquecido, superiluminado e seco. Em tais condições, as sementes das arvores silvestres não vingam, já que exigem sombra e umidade, mas o capim só germina em solo descampado – a terra coberta pelo capim e pelas ervas retém mais umidade. Algumas sementes que antes não podiam germinar agora o fazem, dando ervas maiores e arbustos. Depois de muitos anos, predominam certos arbustos; sua sombra começa a prejudicar o capim e as ervas, e o ambiente fica propicio para a germinação de sementes que produzirão árvores. O capim e as ervas pioneiras vão desaparecendo, enquanto as árvores acabam por dominar os arbustos. Cada comunidade que se instala no terreno prepara o ambiente para  a comunidade seguinte, que a suplantará. Para finalizar consideremos o caso em que um trecho da caatinga é destruído e em área próxima planta-se grande quantidade de árvores florestais.
Depois de um certo tempo, a comunidade clímax vai ser caatinga, e não floresta, porque cada região tem um clímax característico, determinado pelo clima local. A vegetação é reflexo do clima (a floresta é conseqüência da chuva, e não o contrario).
Sucessões destrutivas
Sucessões destrutivas são aquelas que não terminam em um clímax final. Neste caso, as modificações são devidas a fatores bióticos, e o meio vai sendo destruído, pouco a pouco, por diferentes seres. É o que acontece com cadáveres.
Características de uma sucessão
Em todas as sucessões, pode-se observar:
Aumenta a biomassa e a diversidade de espécies;
Nos estágios iniciais, a atividade autotrófica supera a heterotrófica. Daí a produção bruta (P) ser maior que a respiração (R) e a relação entre P e R ser maior do que 1;
Nos estágios de clímax há equlibrio e a relação  P/R = 1.
O ecótono
Geralmente a passagem de uma de uma biocenose para outra nunca ocorre de forma abrupta; costuma haver uma zona de transição, designada ecótono. Em tal região o numero de espécies é grande, existindo, além das espécies próprias, outros provenientes das comunidades limítrofes.

2 comentários:

  1. Professor,

    Uma pena, não tenho esta matéria no meu curso, com certeza seus textos me ajudariam muito.

    Mas estarei, sempre que possível; passando por aqui para estudar um pouco.rss Afinal conhecimento nunca é demais.

    Parabéns pelo Blog e principalmente pela disposição em digitar estes textos, como blogueira sei o quanto os mesmos nos tomam tempo.

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  2. Realmente toma mto tempo e coragem pra digitar, mas valeu a pena, pq vai facilitar mto a vida dos alunos.
    Seja sempre bem vinda! e aproveite sim pra estudar um pouco, qualquer dúvida, estou a disposição

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