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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Digestão e excreção

Alimentos
Os alimentos são utilizados no organismo como fonte de energia, como matéria-prima de crescimento e reconstituição do corpo e como regulador de outras funções orgânicas.
Classificação: Podem ser classificados em plásticos, energéticos, mistos e reguladores.
Plásticos
São os alimentos utilizados na estrutura do organismo, na construção de componentes celulares. Ex. proteínas.
São fontes de proteínas: carne, ovos, soja, feijão, gelatina, queijo, leite etc.
Energéticos
São os alimentos utilizados como "fonte de energia" necessária às atividades vitais. Ex. carboidratos ou glícides.
A energia é obtida através da oxidação dos alimentos, realizada pelas mitocôndrias.
São fontes de carboidratos: cana-de-açúcar, beterraba, arroz, feijão, milho, trigo etc.
Mistos
São alimentos que apresentam várias funções ao mesmo tempo.
Ex. lípides (plásticos e energéticos).
São fontes de lípides: óleo, manteiga, toucinho, margarina, ovo etc.
Reguladores
São alimentos que controlam as funções vitais. ex. vitaminas e sais minerais.
As vitaminas são ativadoras das enzimas que aceleram o metabolismo celular.
São fontes de vitaminas: frutas, cereais integrais, ovo, leite, verduras etc.

INGESTÃO DO ALIMENTO

A duração e a qualidade da vida dependem muito da ingestão e utilização de nutrientes.
O nosso corpo está sempre em uma contínua e rápida renovação, mas, para isso, é necessário “material de construção”: aminoácidos, ácidos graxos, sais minerais, vitaminas, que devem ser fornecidos em quantidade e qualidade adequada. Se isso não acontece, a reconstrução dos tecidos não será devidamente correta, com carências que levam à doenças degenerativas ou a graves disturbios metabólicos.
Uma alimentação boa ou ruim faz a diferença entre o estado de saúde e de doença. A ingestão de alimento, a sua digestão e os processos de assimilação são as atividades mais importantes para a nossa saúde e de diversos animais, a exemplo de copépodes Calanus helgolandicus que diminuem a capacidade de reprodução a medida que esses animais se alimentam com alga diatomácea Skeletonema costatum. Os embriões dos copépodes Calanus helgolandicus apresentam deformações, e muitos não chegam ao estágio de larva ou se desenvolvem em larvas deformadas.
Para investigar com rapidez e detectar o negativo impacto de diatomáceas sobre os embriões de Calanus helgolandicus foram utilizados três colorantes e microscópio confocal. Células com metabolismo inativo, embriões mortos, que estavam em grande números, não eram fluorescente quando colorados com dois dos colorantes utilizados (Do Espirito Santo M. e Buttino 2003; Buttino et al 2004).
Os alimentos são importantes na produção de energia, que é necessária para a manuntenção e a reprodução dos animais, mas a ingestão dos alimentos varia muito de espécie para espécie com diversos métodos para a obtenção dos mesmos, que vai desde a absorção de pequenas partículas até a captura e engolição de presas. A origem dos alimentos que os animais ingerem podem ser diretamente do vegetal, animal ou de fontes inorgânicas, porém os compostos orgânicos que são derivados das plantas, ou a energia química contida nos alimentos, que os animais necessitam, é em última análise, derivado do sol. Invertebrados que vivem no fundo mar se utilizam de características químicas das águas ricas em minerais e delas derivam o alimento, sendo, assim, mais um exemplo de que a vida animal depende da energia solar.
As proteínas, carboidratos e gorduras são a parte principal da matéria orgânica utilizadas como alimento. Os principais produtos da digestão destes compostos são os aminoácidos açucares simples e ácidos graxos de cadeia longa. A oxidação desses produtos digestivos produz quase toda a energia química necessária ao organismo.
As proteínas são fundamentais para os animais e durante todo o desenvolvimento deles, ela é sintetizada e adicionada, e quando adulto a quantidade é mantida. Esse suprimento de proteína deve continuar por toda a vida, porque independente do organismo está na fase de crescimento ou completamente desenvolvido a dieta de proteínas deve ser sufi ciente para que a desnutrição grave não ocorra.
As proteínas servem como componentes estruturais dos tecidos e como enzimas. Elas podem ser, também, utilizadas como fonte de energia após serem degradadas em aminoácidos.
Porém as gorduras fornecem mais do que o dobro de energia que fornecem os carboidratos e as proteínas. As moléculas gordurosas, ou lipídeos, incluem ácidos graxos, monoglicerídeos, triglicerídeos, esteróis e fosfolipídeos. A gordura é estocada por animais como reserva para períodos de deficiêcia calórica, como na hibernação que a energia gasta excede a ingestão de energia.
O cérebro humano é um exemplo da necessidade de carboidrato (glicose) e os outros orgãos fazem uso de ácidos graxos, que é o principal combustível do metabolismo muscular dos mamíferos. Porém, os músculos do vôo da mosca de fruta, Drosophila, requerem carboidrato e, na ausência dele, a mosca não consegue voar, mesmo tendo gordura armazenada. Porém, a gordura armazenada é utilizada para outros processos que necessitam de energia (Wigglesworth, 1949). Alguns animais precisam de glicose para voar, mas o gafanhoto migratório usa a gordura para seus longos vôos.
O estado de equilíbrio de um animal se dá quando ele ingere alimento que cobre o total do gasto energético. Mas, quando a quantidade de alimento for insufi ciente, será consumida substâncias corpóreas, como as gorduras armazenadas. A maioria dos animais armazenam o excesso do que é consumido em forma de gordura, e isso ocorre quando se ingere alimento além da energia utilizada.
Os animais são heterotrófi cos, precisam de alimento orgânico pré-existente, além de água e sais minerais. As substâncias orgânicas necessárias são em primeiro lugar as proteínas, os lipídeos e glucideos; também as vitaminas são indispensáveis, mesmo que sendo em mínima quantidade.

Métodos de ingestão de alimentos
Pequenas partículas, como as bactérias e algas, podem ser absorvidas através da superfície corpórea de alguns protozoários e invertebrados aquáticos, a exemplo das amebas e radiolários, que formam vacúolos digestivos. Os cílios são utilizados pelos ciliados, esponjas, bivalves e girinos para captura do alimento. Gastrópodos e tunicados possuem um muco que é utilizado como armadilha para a captura de pequenas particulas que ficam em suspensão e, após a captura, o muco é ingerido e o que foi capturado é digerido.
Os pepinos-do-mar, que vivem com o corpo dentro da lama, capturam alimento com os tentáculos que eles deixam acima da superfície, mas após envolverem as fi nas particulas os tentáculos se dirigem para dentro da boca do animal e a substância digerível é transportada.
A ingestão por filtração é um método de alimentação utilizado por muitos animais aquáticos e é também conhecida como ingestão de alimentos por suspensão. Os animais que utilizam esse método são, geralmente, sésseis e pequenos que se alimentam de zooplâncton ou fitoplâncton, a exemplo dos branquiópodes, esponjas, tunicados e lamelibrânquios. Os branquiópodes com a rotação sobre os pés cria uma orientação hidrodinâmica e assim a captura da corrente de água é efetuada.
Muitos animais sésseis que vivem em águas movimentadas utilizam o efeito Bernoulli, para aumentar a quantidade de água, que flui através dos locais de captura, sem gasto de energia para o animal. Um exemplo de animal que a ingestão de alimentos é por filtração passiva é a esponja.
Devido ao fluxo de água através da grande abertura terminal das esponjas ocorre queda na pressão da parte externa do ósculo, por isso a água sai do animal pelo ósculo e entra na parede corpórea através de vários óstios (que são aberturas semelhantes a bocas). A água flui com maior velocidade para fora do ósculo do que entra pelo óstio. Os coanócitos são células flageladas que estão localizadas na superfície interna da cavidade corpórea e são eles que englobam as partículas alimentares que entram junto com a água nas esponjas.
Os moluscos têm dois modos diferentes de alimentar-se: alimentação erbivora ou predatória e o consumo de suspensão. Os moluscos apresentam uma caracteristica única, utilizada seja pelos herbivoros que pelos predadores: a rádula. Trata-se de uma fita de dentes quitinoso e recurvados.
Os dentes podem ser simples, penteados ou modificados. A função da rádula é de rasgar e remover partículas do alimento antes da ingestão.
São poucos os vertebrados que utilizam a filtração para obter alimento, mas muitos peixes pelágicos comem plâncton como no caso do arenque e da cavalinha, que possuem brânquias as quais funcionam como uma peneira que capturam pequenos crustáceos. As placas das barbatanas, das baleias de barbatanas, que são os maiores animais que se alimentam por filtração, tem uma franja que está localizada na mandíbula e que serve como peneira quando as mandíbulas estão fechadas, após a baleia capturar grande quantidade de animais suspensos e na água. Com a ajuda da língua, a água passa através das peneiras das barbatanas e os crustáceos que ficam dentro da boca são engolidos.
Os flamingos são exemplos de pássaros que se alimentam de plâncton e usam a filtração como método de alimentação. Tanto a baleia de barbatanas como o flamingo enchem a cavidade bucal com água e usam a língua para empurrar a água através dos fi ltros e retendo, assim, o alimento.
A ingestão de líquidos é feita por animais especializados, com uma variedade de estruturas e mecanismos, entre eles o de sucção e perfuração. O leite materno é o alimento exclusivo dos mamíferos no início de suas vidas e algumas aves, a exemplo dos pombos, alimentam os filhotes com uma secreção semelhante ao leite. O leite do papo, como é chamado o leite dos pombos, é estimulado pelo mesmo hormônio que estimula as glândulas mamárias dos mamíferos a produzir leite, que é a prolactina.
O pingüim imperador consegue alimentar os filhotes com o “leite” que é secretado pelo esôfago. E além do mais, o conteúdo de gordura e proteínas, no leite do pingüim e do pombo é semelhante a composição ao leite dos mamíferos( apesar de o leite de muitos mamíferos ter um conteúdo muito maior de carboidrato).
As medusas são animais predadores de outros invertebrados e pequenos peixes. Para capturar a suas presas usam os tentacúlos, armados de células especializadas chamadas de cnidócitos que, se estimuladas, lançam uma substância urticante.
Os insetos que sugam, geralmente, possuem peças bucais na forma de probóscide e frequentemente as duas maxilas formam dois canais por onde passa a ponta da probócide. O canal dorsal transporta o sangue ou a seiva que foram sugados do hospedeiro e o outro é o canal ventral que passa a saliva, contendo anticoagulante ou enzimas, das glândulas salivares para o hospedeiro.
O néctar das flores é um alimento para os insetos e eles fazem a polinização enquanto se movem de uma flor para outra sugando o néctar, havendo assim um mútuo benefício. Mas, existem os insetos parasitas que alimentam-se de seiva das plantas e outros do sangue de animais, como os pernilongos, pulgas e percevejos, que podem ser vetores de doenças. Além dos insetos que se alimentam de sangue, existe entre os anelídeos as sanguessugas, que também se alimentam de sangue. A saliva deste anelídeo contém um anticoagulante que serve para impedir a coagulação do sangue das suas presas. O anticoagulante dos sanguessugas foram isolados quimicamente e é utilizado em clínicas e o próprio animal é usado após certas cirurgias para reduzir o inchaços pela remoção de líquido extracelular.
As aranhas perfuram as suas presas, os insetos, com as mandíbulas para obter o alimento. A quitina que recobre os insetos é rígida e, para rompê-las, as aranhas utilizam as mandíbulas que perfuram e injetam no interior do corpo dos animais sucos digestivos que liquefazem os tecidos.
Em seguida, o conteúdo do inseto é totalmente sugado pela aranha.
Alguns vertebrados e muitos invertebrados cortam a parede corpórea das presas e se alimentam do liquido que sai do corpo devido ao corte. Os morcegos vampiros fazem perfurações no gado com os dentes e lambe o sangue que escorre devido ao ferimento. O hospedeiro que é mordido pelo morcego não sente dor, porque na saliva deste animal contém analgésico, além de um anticoagulante.
Métodos mecânicos, como a mastigação e raspagem, são muito utilizados por animais invertebrados e vertebrados para a obtenção de alimentos, geralmente, de origem vegetal. Alguns animais carnívoros capturam a presa e antes de engolir as mastigam, cortam ou rasga, mas existem outros grupos que engolem as presas inteira.
Os nematocistos são células urticantes de celenterados que se concentram sobre os tentáculos e paralisam as presas com as toxinas que nelas são injetadas, e enquanto as presas estão imobilizadas os tentáculos as transferem para boca. Muitos nemertinos injetam veneno nas presas através de uma prosbócide que parece com um estilete. Mas, além dos nemertinos, outros animais como os moluscos gastrópodes, anelídeos, e uma grande variedade de artrópodes também utilizam veneno para capturar das suas presas.
Os animais que são bem conhecidos pela sua estratégia de captura do alimento através do veneno são: as aranhas e os escorpiões. Esses artrópodes produzem toxinas que são, geralmente, substâncias químicas altamente específicas que se ligam a determinados tipos de receptores. Depois que o escorpião agarra a sua presa com as quelas (orgão semelhante a pinças), ele arca a cauda e penetra o ferrão na presa para injetar veneno, que contém neurotoxinas. As aranhas também produzem um veneno com neurotoxinas. A viúva-negra é uma aranha que tem um veneno com uma substância que induz a liberação total de neurotransmissor na placa motora do músculo. O veneno de várias espécies de cascavel contém substâncias hemolíticas.
Geralmente, os animais que utilizam toxinas para capturar as presas usam somente a dose necessária durante uma mordida ou ferroada, porque o custo de energia para a produção é alta.
As toxinas são altamente eficazes para capturar as presas, mas precisam ser cuidadosamente estocada para evitar auto-envenenamento. Quanto à ingestão da presa envenenada, não é um problema para o predador, porque, geralmente, essas toxinas são proteínas que se tornam inofensivas por causa da ação das enzimas proteolíticas do sistema digestório do predador.

DIGESTÃO
 O sistema digestivo ou sistema digestório, em animais mais complexos é composto por uma série de orgãos que estão interligados formando um tubo que se estende desde a boca até o ânus. Mas, no caso dos celenterados, por exemplo, eles possuem um tubo ou uma cavidade cega, o celenteroma, que tem somente uma abertura que serve como “boca” e “ânus”, ou seja, o alimento entra por esta abertura e pelo mesmo local é expulso o resíduo não digerido.
A digestão é o resultado de transformações físico-químicas que os alimentos passam no sistema digestivo, através do qual ocorre a assimilação de substâncias no alimento ingerido. A digestão pode ser intracelular e extracelular; a intracelular é, normalmente, nos unicelulares e a extracelular, que é realizada por sistemas alimentares verdadeiros, em animais multicelulares mais complexos.
Os alimentos são constituídos por moléculas muito grandes para serem absorvidas diretamente pelo intestino e, por este motivo, são transformadas. As fases da digestão são mecânica e química. A mecânica consiste de todos os movimentos de misturar, triturar, engolir e transportar o alimento. A fase química consiste em várias reações químicas através das quais se obtém a transformação do alimento em substâncias absorvíveis. As reações químicas ocorrem por meio da água e são assim chamadas de hidrólise. O processo de hidrólise consiste na quebra de várias moléculas presentes nos alimentos em moléculas menores com a captação de água. Tal quebra é muito lenta e então é necessário a intervenção de catalisadores que acelerem a reação espontânea que é a hidrólise. Os catalisadores que são produzidos pelos organismos vivos são chamados de
enzimas, as quais são essenciais para os processos digestivos.

Digestão intracelular
A digestão intracelular é feita com partículas pequenas através de membranas plasmática de organismos unicelulares, porque eles não possuem um sistema digestivo. Nos protozoários, organismos unicelulares, a digestão acontece do lado externo da célula em cavidade chamada de do vacúolo digestivo, onde as enzimas são secretadas para auxiliar no processo digestivo das proteínas, lipídios e carboidratos. Este tipo de digestão intracelular ocorre de forma semelhante nas esponjas, celenterados, ctenóforos e turbelários. Os fenômenos digestivos são chamados de fagocitose e endocitose. Na medusa, a digestão dos alimentos é em parte a nível extracelular e em parte a nível intracelular. Nos metazoários, a digestão é uma determinada região do intestino, sendo, ainda uma digestão intracelular prevalentemente nos invertebrados, mas nos organismos mais evoluidos é extracelular.

Digestão extracelular
A digestão extracelular ocorre fora da célula dos diversos seres hetertrófi cos, em sistemas digestivos, geralmente bem desenvolvido , que permitem a ingestão de grandes pedaços de alimento e a ação das enzimas sobre eles ao longo do trato digestivo que pode ser formado por uma abertura, a exemplo dos celenterados, ofriuróides e platelmintes, local que serve de entrada para o alimento e de saída para as substância não digeridas.
Nos animais mais complexos, o sistema digestivo tem a forma de um tubo com duas aberturas: uma para a introdução do alimento e outra para a eliminação do material não digerido. O alimento é ingerido pela boca e, na sua passagem pelo trato digestivo, sofre a ação de uma série de enzimas digestivas; os produtos solúveis da digestão são absorvidos e, no final, o material não digerido é expelido pelo ânus.
No invertebrados mais simples, a exemplo da hidra, uma cavidade gastrovascular tem a função tanto digestiva quanto circulatória. Um outro exemplo de animal com cavidade gastrovascular, é um verme, a plánaria. A cavidade desse verme serve para a digestão e ao mesmo tempo para transportar o alimento por todo o corpo. A digestão extracelular, nas plánarias, auxilia na degradação dos alimentos, porém a maioria das partículas alimentares são digeridas no interior das células, que se encontram na cavidade. Nos insetos, existe um canal digestivo com duas aberturas a boca e o ânus, alguns deles agarram o alimento com as patas anteriores e levam à boca, que possui labro especial para prender e poderosas mandíbulas para mastiga-lo.
Nas aves, tal como em todos os vertebrados, o tubo digestivo é completo com dois órgãos muito importantes que é o fígado e o pâncreas. O tubo digestivo propriamente dito está dividido em: boca, esôfago, papo, proventrículo, moela, intetino e ânus. O papo é uma dilatação a nível do esôfago, onde os alimentos são armazenados e amolecidos antes da digestão; o proventrículo é a primeira divisão do estômago, onde é segregado suco gástrico com enzimas; a moela é a segunda divisão do estômago, é o local onde o animal pode moer completamente os alimentos, como sementes. A moela é muito musculosa e contém seixos que agem como “pedras que moem”. O intestino é o local onde decorre a absorção e onde são lançadas as secreções do fígado e pâncreas; o ânus está localizado na cloaca, não abrindo directamente para o exterior.

Digestão enzimática
As enzimas são catalizadores biólogico de natureza protéica essenciais para digerir o que se come, porque as moléculas dos alimentos são, geralmente, muito grandes e precisam ser transformados em fragmentos pequenos; as proteínas são diminuidas para unidades mais simples que são os aminoácidos sob a ação das proteases, os carbohidratos complexos em açucares simples devido a presença da amilase e as gorduras em acidos graxos e glicerol por causa da lipase que é secretada pelo pâncreas dos vertebrados.
As enzimas são encontradas nas plantas e nos animais, sem elas a vida seria impossível.
Cada enzima tem uma função específica que é assumida somente por aquele tipo de enzima, a ativação e a reação so acontece na presença de uma de uma determinada substância. A substância que se altera na presença de uma enzima se chama substrato, de acordo com o substrato que a enzima age é adicionado a terminação ase.
Algumas substâncias ingeridas com o alimento não são submetidas ao processo digestivo porque são absorvidas diretamente: é o caso da água, dos sais minerais, das vitaminas. As outras substâncias necessitam do intervento das enzimas. As enzimas hidróliticas são responsáveis pela quebra das macromoléculas em pequenas moléculas através da adição de água. Cada enzima tem o seu pH ótimo para o seu funcionamento. Por este motivo, o pH varia ao longo do tubo digestivo.
Além do pH da solução que influencia a atividade das enzimas, elas são também influenciadas pela a temperatura, porque a velocidade das reações enzimáticas depende dela é tanto que a temperatura acima de 50°C, uma grande parte da ação enzimática é inativada.
A amilase é uma enzima secretada pela saliva humana, na boca, onde o pH é neutro, ela hidrolisa o amido e também é produzida pelo pâncrea. No estômago é mantido um ambiente muito ácido por causa da secreção do ácido cloridríco (pH 2), que age com a pepsina que hidrolisa algumas ligações peptídicas. No intestino delgado, as enzimas proteolíticas (que agem em ambiente básico) que se encontram no suco do pâncreas hidrolizam defi nitivamente as cadeias peptídicas defi nitivamente a aminoácidos.
O alimento proviniente do estômago passa a ser básico graças a ação do suco pâncreatico e da bile, que tem substâncias capazes de alterar o valor do pH. A clivagem das gorduras que ocorre no intestino delgado, é sob ação da enzima que é secretada no pâncreas dos vetebrados e invertebrados que se chama lipase, porém, ela necessita do auxílio da bile que é secretado pelo fígado que provoca a subdivisão de gotas de grande de gorduras em gotículas, favorecendo a ação das enzimas em solução alcalina em torno pH 8.

Digestão de celulose
A celulase é a enzima que atua na quebra da celulose, porém não estão presentes nas secreções dos vetebrados e muitos deles precisam ingerir a celulose por ser a fonte principal de energia. Em muitos animais invertebrados que se alimentam de madeira e produtos similares, a celulase está presente no trato intestinal. As traças é um exemplo de animal que digere a celulose. No intestino de traça existe muitos microorganismos, mas não foi encontrado espécie que digere a celulose, ao contrário do intestino dos cupins (animais que se alimentam quase que exclusivamente de madeira), o trato intestinal é cheio de flagelados e bactérias, que têm papel fundamental na digestão da celulose sendo assim organimos simbiônticos.
Os estômagos são classifi cados como monogástricos ou digástricos de acordo com o número de câmaras: o estômago monogástrico possui um único tubo ou um saco muscular forte e estão presentes nos vertebrados carnívoros ou onívoros; os estômagos digástricos possuem muitas câmaras e são encontrados em mamíferos da subordem Ruminantia (ovelhas, cabras, vacas e outros).
Os mamíferos que são herbivoros, a exemplo dos ruminantes, possuem tratos digestivos especializados como um estômago digástrico com quatro câmaras: rúmen e retículo, omaso e abomaso para a digestão da celulose O abomaso é o verdadeiro estômago e o rúmen é o local onde a vegetação pastejada é fermentada por bactérias e protozoários ali existentes em grande número. Após o desdobramento do alimento por fermentação, o produtos são absorvidos e utilizados na corrente sanguínea.
Nos ruminantes, a mastigação do alimento ou ruminação consiste na regurgitação e remastigação das substâncias fi brosas indigestas. Ao reentrar no rúmem, o alimento passa por uma outra fermentação e as partículas decompostas passa para o omaso onde ficam sujeitas aos sucos digestivos. Os ácidos orgânicos de cadeias curtas provinientes da fermentação são tamponados no rúmen pela a saliva que é produzida em grandes quantidades pelos ruminantes. A saliva dos ruminantes é uma solução diluída de bicarbonato de sódio, por isso serve como um tampão para os ácidos e como um meio apropriado para a fermentação dos microorganismos.
Muitos mamíferos dependem da celulose como principal fonte energética, os herbívoros , porém não possuem a celulase e dependem de microorganismos simbiônticos para a digestão da celulose. Até mesmo aqueles mamíferos, os ruminantes, que possuem tratos digestivos especializados e altamente adaptados a digestão da celulose depende das bactérias e protozoários para a degradação da celulose, pois sem esses microorganismos a celulose não pode ser degradada no interior desses animais.
Os protozoários ciliados são organismos anaeróbios obrigatórios que sastifazem as suas necessidades energérticas através dos processos fermentativos. Como os protozoários existentes no rúmen são ciliados, e os ruminantes precisam digerir a celulose, esses microorganismos são fundamentais para a digestão simbiôntica da celulose, além da digestão, eles estão envolvidos na síntese protéica. A existência dos microorganismos no rúmen traz vantangens nutricional para os ruminantes, porque eles contribuem para a síntese protéica e sintezam vitaminas importantes do grupo B.
Nos mamíferos herbivoros não-ruminantes a digestão da celulose tem a participação dos microorganismos, mas a fermentação é relativamente mais lenta. Para a fermentação é necessário um espaço grande do trato digestivo. Em alguns animais a digestão é muito semelhante a dos ruminantes, porque possuem um estômago grande com divisões. Em outros animais é no ceco, um grande divertículo do intestino delgado, que se dá a fermentação da celulose a qual tem muita semelhança com a fermentação do rúmen, sendo que a digestão nos ruminantes se dá na região anterior do trato gastrointestinal, por isso, existem vantagens, tais como: a passagem dos produtos da fermentação para a complementação da digestão e da absorção; as partículas grossas não digeridas podem ser regurgitadas e mastigadas diversas vezes; a reciclagem do nitrogênio da uréia, que caso contrário seria perdido através da excreção se a fermentação do alimento dos ruminantes
não fosse na parte anterior do trato gastrointestinal.

Digestão em mamífero (o homem)
O alimento introduzido na boca passa pela primeira transformação, seja mecânica que química.
Na boca, o alimento é mastigado, insalivado e parcialmente digerido. A mastigação, efetuada pelos dentes, tem a função de reduzir o alimento sólido em pequenas partes para facilitar as fases sucessivas. Com a insalivação as pequenas partes ficam amolecidas pela saliva e se transformam em bolo alimentar, o qual passa pela primeira reação química com a amilase, secretada na saliva humana (e de alguns, mas não em todos os outros mamíferos) que transforma as grandes moléculas de amido em moléculas menores.
Após passar pela primeira tranformação, na boca, o bolo é enviado para o estômago pelos movimentos coordenados e sincronizados da lingua, da faringe e do esôfago através da deglutição.
No estômago, o bolo alimentar permanece por um período que, a depender da natureza e da quantidade do alimento, pode chegar a mais de 6 horas. Ali é misturado pelos movimentos gástricos e passa por importantes transformações químicas que é a digestão das proteínas pela a ação da pepsina, uma enzima secretada pelas glândulas dos vertebrados, que age em ambiente fortemente ácido causado pelo o ácido clorídrico que, também, é secretado pelo estômago; a pepsina só é ativada na presença do ácido clorídrico para a hidrólise de proteínas em polipeptídeos e alguns aminoácidos livres.
Os movimentos peristálticos misturam o alimento no estômago, favorecendo o contato com as enzimas digestivas. No caso dos invertebrados, as enzimas são diferentes, mas a ação delas é semelhante à da pepsina dos vertebrados.
O produto da digestão no estômago é o quimo que contém material proteico parcialmente digerido, carboidrato, em parte, e lípidio praticamente sem modificações da digestão gástrica. O quimo em breve intervalo de tempo atravessa para a região pilórica e na primeira parte do intestino delgado, o duodeno, os processos digestivos se completam e os principais mecanismos de absorção acontecem.
A decomposição dos carboidratos, das proteínas (ligações peptídicas adjacentes a um aminoácido básico) e das gorduras, é completada, quase totalmente, no intestino delgado, graças à intervenção das enzimas tripsina e lipase, dos sucos digestivos produzidos pelo intestino, pâncreas e fígado. A ação digestiva reduz as estruturas elementares absorvíveis através da mucosa intestinal, o bolo alimentar que é, ainda, mais decomposto se transforma em quilo. Ao longo do intestino delgado, os produtos de digestão são absorvidos através das vilosidades intestinais, a exemplo das substâncias proteicas que são os aminoácidos, os quais atingem a corrente circulatória e sucessivamente também os músculos. As gorduras são absorvidas sob a forma de ácidos graxos e de complexos hidrossolúveis.
Depois da absorção, a massa alimentar, que é denominada quilo, através dos movimentos peristálticos do intestino delgado, segue para o intestino grosso e o que resta do quilo percorre todo o intestino grosso transformando-se, gradualmente, em fezes, que, recolhidas na ampola retal, são eliminadas com a defecação. O material alimentar que não foi submetido aos processos enzimáticos na passagem pelo o estômago e intestino nos monogástricos como o cavalo, o porco  e o coelho, um sucessivo processo do tipo fermentativo é realizado no intestino grosso.

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