Total de visualizações de página

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A poluição das águas e do solo

A poluição das águas constitui um dos mais sérios problemas ecológicos da atualidade.
As fontes de poluição da água mais uma vez decorrem, principalmente, da atividade humana; esgotos domésticos e despejos industriais são alguns exemplos.
O lançamento de esgoto nos rios e lagos
O material organico existente no esgoto serve de alimento para as bactérias decompositoras.
Destaca-se que a bactéria é um organismo unicelular que se divide a cada vinte minutos. Devido a essa elevada capacidade reprodutiva, a população de bactérias aeróbias, que utilizam oxigênio para a respiração, aumenta rapidamente, e esse aumento excessivo de bactérias provoca a diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido na água. A falta de oxigênio acarreta a morte de outros organismos aquáticos. Sendo organismos maiores, os peixes necessitam de mais oxigênio para a respiração. Por isso, são eles os primeiros organismos a morrer por asfixia. Finalmente, a quantidade de oxigênio se reduz a tal ponto que só as bactérias anaeróbicas podem viver naquele ambiente. Estas não necessitam de oxigênio para a respiração e, além disso, eliminam substâncias como o gás sulfidríco, que tem um cheiro típico, semelhante ao de ovos podres. Daí o odor insuportavel em tais ambientes aquáticos.
Em São Paulo, a maior cidade da América Latina, tal fato é verificado, tristemente, nos seus três principais rios: Tietê, Tamanduateí e Pinheiros. A situação é tão alarmante que tais rios são designados como “esgotos a céu aberto”.
Antes de ser despejado nos rios ou nos mares, o esgoto deve ser tratado, passando por um processo que elimina as substâncias tóxicas e os agentes causadores de doenças.
Eutrofização
Eutrofização é o aumento de nutrientes em meio aquático, acelerando a produtividade primária, ou seja, intensificando o rescimento de álgas. Esse fenômeno pode ser provocado por lançamento de esgotos, resíduos industriais, fertilizantes agrícolas e erosão. É fácil concluir que, em certas proporções, a eutrofização pode ser benéfica ao ecossistema.
Contudo, em excesso acarretará um desequilibrio ecológico, pois provocará o desenvolvimento descontrolado de uma espécie em detrimento das outras. É o fenômeno conhecido como “floração das águas”, que torna reservatórios de águas potáveis, lagos e lagoas imprestáveis para uso.
Floração da água
Em condições favoráveis, as águas de lagos, lagoas etc. ficam ricas em nutrientes minerais (eutrofização). As algas azuis (cianofíceas) proliferam intensamente, sintetizando substâncias complexas que servem para a sua nutrição e para eliminar outras algas que lhes são concorrentes. Desta maneira, o meio fica pobre quanto à diversidade de espécies e rico em indivíduos da mesma espécie, até que, ocorrendo o esgotamento das substâncias nutritivas e o envenenamento do meio a ponto de prejudicar essa única espécie, os individuos morrem.
É o fenômeno da floração da água.
Pode ocorrer com outras álgas (diatomáceas). Ex. Tabelaria fenestrata.
Haverá a decomposição, inicialmente aeróbica, consumindo o O2 dissolvido na água e, posteriormente, o desenvolvimento de bactérias anaeróbicas, levando a vários tipos de fermentação e à eliminação de substâncias malcheirosas.
Poluição por fosfatos e nitratos
Os adubos e fertilizantes usados na agricultura contém grandes concentrações de nitrogênio e fósforo. Esses poluentes orgânicos constituem nutrientes para as plantas aquáticas, especialmente as algas, que transformam a água em algo semelhante a um caldo verde (um fenômeno também chamado de “floração das águas”).
Em alguns casos toda a superfície é recoberta por um “tapete”, formado pelo entrelaçamento de algas filamentosas. Com isso, ocorre a desoxigenação (falta de oxigênio) da água. Pode parecer incoerente, afinal, as algas são seres que produzem oxigênio durante a fotossíntese. Assim, a quantidade de oxigênio deveria aumentar, e não diminuir.
De fato, as algas liberam o oxigênio, mas o tapete superficial que elas formam faz com que boa parte desse gás seja liberado para a atmosfera, sem se dissolver na água. Além do que, a camada superficial de algas dificulta a penetração de luz. Isso impossibilita a fotossíntese nas zonas inferiores, reduzindo a produção de oxigênio e provocando a morte de vegetais. A decomposição dos vegetais mortos aumenta o consumo de oxigênio , agravando ainda mais a desoxigenação das águas.
Poluição por resíduos não-biodegradáveis
Todos os compostos orgânicos são biodegradáveis, ou seja, podem ser decompostos pelas bactérias. Existem, entretanto, alguns compostos orgânicos sintetizados pela indústria que não são biodegradáveis. Tais compostos também podem ser chamados de racalcitrantes ou biologicamente resistentes. Não sendo degradados, tais compostos vão se acumulando na água, atingindo concentrações tão altas que geram sérios riscos aos seres vivos. Dessas substâncias não-biodegradáveis merecem destaque os detergentes, o petróleo e os defensivos agrícolas. Mesmo não sendo providos de ação tóxica acentuada, os detergentes causam prejuízos ao meio ambiente. Destruindo as bactérias, eles impedem a decomposição, fenômeno fundamental para qualquer ambiente. Os fosfatos são encontrados na maior parte dos detergentes e, como já vimos, provocam a eutrofização. A poluição por óleo é feita, principalmente, pelos navios petroleiros, por ocasião da lavagem de seus tanques. O óleo forma, na superfície da água, uma película impermeabilizante que impede a troca de oxigênio e gás carbônico entre a água e a atmosfera. Isso provoca a asfixia dos animais e impossibilita a realização da fotossíntese por parte dos vegetais do plâncton.
Outra forma de poluição através  de resíduos não-biodegradáveis é o caso dos metais pesados – chumbo, alumínio, zinco e mercúrio, entre outros -, que se depositam nos seres vivos, intoxicando-os.
Milhares de peixes morrem nos rios devido à aplicação de substâncias como, por exemplo, sulfato de cobre. Usada como fungicida, tal substância, aplicada às lavouras, atinge os rios, intoxicando os peixes.
Outros metais, como o mercúrio, sofrem efeito acumulativo ao longo das cadeias alimentares. Esse metal, altamente tóxico, é usado na garimpagem de ouro. O cascalho retirado do rio é misturado ao mercúrio. O ouro em pó, existente no cascalho, aglutina-se ao mercúrio. A seguir, a mistura mercúrio-ouro é aquecida, para a separação dos dois metais. Durante o processo, a maior parte do mercúrio evapora; o resto normalmente é despejado nos rios, sendo absorvido pela cadeia alimentar.
Poluição por organismos patogênicos
A água pode ser infectada por organismos patogênicos, existentes nos esgotos. Assim, ela pode conter:
Bactérias – provocam infecções intestinais epidêmicas e endêmicas (febre tifóide, cólera, shigelose, salmonelose, leptospirose etc.).
Vírus – provocam hepatites, infecções nos olhos etc.
Protozoários – responsáveis pelas amebíases e giardíases etc.
Vermes – provocam esquistossomose e outras infestações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário